24/07/2012

Acidentes com animais marinhos lideram ocorrências nas praias de Salinas


Em um só dia o Corpo de Bombeiros atendeu mais de 15 ocorrências de vítimas por acidentes com animais marinhos nas praias de Salinas, nordeste Paraense. O município é um dos mais procurados por veranistas neste período e, segundo estimativas da Polícia Militar, só no último final de semana recebeu cerca de 200 mil visitantes.

Os ferimentos por animais como águas-vivas e caravelas, lideraram o número de ocorrências atendidas pelo serviço no penúltimo final de semana de julho. Desde o início das férias já foram mais de 100 casos, que vitimaram principalmente as crianças.

De acordo com os Bombeiros, o motivo principal para explicar o número alto de acidentes registrados é a falta de consciência dos próprios banhistas, já que as águas-vivas, caravelas e até peixes, como bagres, são atraídos por restos de alimentos que são deixados na praia e, com o movimento das marés, acabam sendo arrastados para o mar.

O comandante do 4º subgrupamento de Bombeiros Militar (4º SGBM), capitão Goés, que coordena os guarda-vidas escalados para garantir a segurança dos banhistas em Salinas, afirma que a ocorrência deste tipo de acidente neste período do ano não é normal. Ele recomenda que os pais mantenham um cuidado redobrado principalmente com as crianças na hora do banho de mar.

O militar recomenda que para evitar esse tipo de acidente, os banhistas devem procurar nadar ou andar bem devagar dentro da água e procurar vestir roupas de banho de cores escuras (visto que alguns tipos de águas-vivas conseguem detectar e desviar de objetos escuros). A maior ocorrência dos acidentes se dá no período da tarde e as partes do corpo mais atingidas costumam ser as pernas, braços, tronco e cabeça. “As crianças são as maiores vítimas, pois por não terem noção do perigo que representam acabam tocando nesses animais”, explica o bombeiro.

As águas-vivas e caravelas são celenterados que se deslocam pela força das correntes marinhas e, quando em contato, mesmo que acidental, com a pele podem provocar queimaduras ou irritações. Segundo Goés, o perigo aumenta já que mesmo quando estão fora da água, lançadas na areia das praias, os tentáculos das águas-vivas e caravelas podem grudar na pele e infligir graves lesões. Os sintomas produzidos variam bastante, e vão desde lesões leves até extrema dor local. 

Bagre
Além das águas-vivas e caravelas, o bagre tem causado um número considerável de acidentes em Salinas. De tamanho pequeno, esses peixes ficam submersos nas lagoas que se formam na areia da praia. Ao caminhar por estes locais, os banhistas podem pisar acidentalmente nos peixes e acabar ganhando um enorme ‘dor de cabeça’, já que essa espécie possui três ferrões (espinhos) serrilhados, venenosos, que liberam uma substância infecciosa que não chega a matar, mas causa efeitos desagradáveis. Um deles é uma forte queimação no local afetado.

O maior número de ocorrências com o bagre acontece logo após o horário de almoço, quando a quantidade de comida deixada na praia aumenta e acaba por atrair os peixes. De acordo com o capitão Goés é preciso ter bastante atenção, e, principalmente, adotar uma postura mais consciente, levando sacolas de lixo junto com as bagagens de praia para fazer a coleta do lixo produzido, especialmente restos orgânicos.

"Em nenhuma hipótese deve-se jogar lixo na água ou na areia da praia", recomenda o Bombeiro. Outra ocorrência que também tem ocupado os soldados do Corpo de Bombeiros são crianças perdidas e pequenos curativos causados também pelo lixo jogado na praia.

Prevenção
Para prevenir-se caso aconteça este tipo de acidente, o capitão Goés recomenda que os veranistas acrescentem em sua bagagem uma vasilha contendo vinagre e água morna, que aliviam a dor no caso de acidentes com estes animais, e também que procurem imediatamente um dos seis postos do Corpo de Bombeiros distribuídos pelas praias de Salinas, e onde estão alocados 60 soldados, entre salva-vidas e resgatistas, neste veraneio. Os órgãos de segurança Pública do Estado também podem ser acionados pelo número 190, do Núcleo Integrado de Operações Policias (NIOP).

Operação
A Operação Verão na Paz envolve mais de 20 mil agentes do Sistema de Segurança Pública do Estado, que reforçam o efetivo nos municípios de Belém, Marudá, Marabá, Castanhal, Tucuruí, Redenção, Salinópolis, Bragança, Abaetetuba e Soure. O esquema de segurança montado para garantir a tranquilidade da população durante o veraneio envolve as Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Detran, Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, Superintendência do Sistema Penitenciário (Susipe) e órgãos parceiros das esferas municipal e federal. A mobilização também tem apoio do Grupamento Aéreo e Fluvial e Pro Paz.

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