24/07/2012

SESPA alerta sobre Hepatites Virais

O Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais é lembrado no dia 28 de julho. Para informar a população sobre as formas de transmissão, prevenção, diagnóstico e acesso ao tratamento dos tipos B e C da doença, profissionais da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) estarão neste sábado, 28, a partir das 8 horas, no Terminal Rodoviário de Belém, numa ação educativa para alertar os veranistas sobre esse mal, que na maioria das vezes é silencioso, mas que pode evoluir para cirrose e câncer de fígado.

Segundo a coordenadora estadual de Hepatites Virais, Cisalpina Cantão, é importante aproveitar o grande fluxo de pessoas para fazer prevenção, a exemplo do que já vem sendo feito pela Sespa na Operação “Verão da Paz” no interior do Estado, nos finais de semana de julho. “Preferimos sempre estar onde tem muita gente, pois nossa pretensão é acolher os pacientes o mais cedo possível. Com o diagnóstico precoce, podemos orientá-los para evitar a transmissão da doença e encaminhá-los para o tratamento adequado. Dessa forma, o organismo responderá melhor à medicação e esse pessoa terá mais qualidade de vida”, destaca.

Segundo ela, as medidas da Sespa compõem uma série de mudanças em relação à ampliação do diagnóstico das hepatites adotada pelo Ministério da Saúde, dentre elas a aquisição de testes rápidos e exames de biologia molecular, como carga viral e genotipagem. Essa mobilização em torno da doença tem sido feita nos municípios, por meio de treinamentos voltados aos profissionais de saúde da atenção básica e também de convencimento dos gestores municipais a investir mais nessa linha de prevenção.

Em 2010, foram notificados 3.086 casos de hepatites virais em todo o Estado, dos quais 338 de hepatite B e 184 com hepatite C. No ano passado, foram 269 casos do tipo B e 81 do tipo C. O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, também informa que até o dia 23 de julho deste ano já foram confirmados, só no Pará, 286 novos casos de hepatite B e outros 47 com hepatite C. Estão em tratamento completo das hepatites virais B e C, com o apoio do Ministério da Saúde, 454 pacientes, dos quais 218 para hepatite B e 236 para hepatite C.

De acordo com Cisalpina, o aumento do número de casos não se deu, necessariamente, pela disseminação dessas infecções, mas sim por conta dos esforços da Coordenação Estadual de Hepatites Virais em melhorar a vigilância epidemiológica ampliando o acesso ao diagnóstico, principalmente através de campanhas de testagem rápidas para hepatites B e C, as quais já ultrapassam o número de 10 mil testes aplicados desde 2011 até agora.

A coordenadora de hepatites também enumera três estratégias que vêm sendo aplicadas pela Sespa a fim de reduzir a prevalência dos tipos mais graves da doença. A primeira delas incentiva o diagnóstico precoce, que deve ser feito pelos municípios, no intuito de diminuir a possibilidade de transmissão viral e a evolução da doença para cirrose e câncer de fígado. O segundo ponto é reduzir a transmissão por outros meios, como a educação sexual e a não utilização do compartilhamento de materiais cortantes, como kit de manicure e lâminas de barbear. “A terceira tática tem sido a crescente integração com a Coordenação de Imunização da Sespa para ampliar a cobertura vacinal contra a hepatite B”, explica Cisalpina.

Transmissão, diagnóstico e tratamento

Segundo Márcia Iasi, médica hepatologista integrante da Coordenação, as hepatites virais podem ser transmitidas através de relação sexual sem o uso de preservativo, o uso compartilhado de agulhas, seringas, navalhas, materiais para manicure e pedicure, aparelho de barbear, por equipamentos não esterilizados em procedimentos médico-odontológicos, tatuagem, colocação de piercing e acupuntura.

A hepatite C pode ser classificada em aguda e crônica e, na maioria das vezes, não apresenta sintomas. Apenas 6% dos portadores da doença apresentam indícios, como o cansaço e a sensação de estafa. “A maioria só nota que está doente após muitos anos depois da infecção, quando a doença já está em fase avançada”, afirma Iasi. A melhor forma é não compartilhar os mesmos materiais cortantes e invasivos.

Para descobrir se a pessoa tem ou não hepatite C é necessário o teste rápido, que está disponível nas Unidades Básicas de Saúde. O exame utiliza uma pequena quantidade de sangue e o resultado fica pronto em dez minutos. “As pessoas que fazem ou já fizeram parte de algum comportamento ou função de risco ou mesmo aqueles que desejam saber mais sobre a sua saúde, devem fazer o teste”, explica Cisalpina Cantão.

A doença possui tratamento oferecido pelo Estado e as referências para esse tipo de assistência estão na Santa Casa de Misericórdia, Hospital de Clínicas e Hospital Barros Barreto, na capital paraense. A Sespa planeja ainda que o tratamento também seja realizado na Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecciosas Parasitárias Especiais (Uredipe), também em Belém.

Sendo o Ministério da Saúde, a taxa de cura gira em torno de 45% dos casos de hepatite B e os medicamentos são disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Já a hepatite B pode ser prevenida com a vacina. “Pessoas com até 29 anos de idade que ainda não tomaram as três doses da vacina podem procurar uma Unidade de Saúde”, destaca Cisalpina.

Acima de 29 anos, as três doses da vacina contra a hepatite B também são oferecidas aos seguintes grupos: manicures, usuários de drogas, hemofílicos, profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens, pacientes que fazem hemodiálise, portadores do vírus da hepatite C e do HIV, bombeiros, policiais e profissionais de saúde.

Com informações da Agência Pará.

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